Morro da Panela, região norte do município |
Riacho de Pedra, afluente do Perdidos, Bacia do Jacuipe |
Veja VÍDEOS do Riacho de Pedra (by: Joci Lima - JOCI DE CAPELA)
A HISTÓRIA
.A história de Capela do Alto Alegre é muito nova, fazendo ainda seu primeiro século no próximo ano 2012, e muitos da geração imediata a seus fundadores ainda estão vivos.
O marco de fundação dessa localidade, foi estabelecido por um acontecimento religioso numa fazenda chamada Desabafo em 17 de abril de 1912, oportunidade em que o dono da fazenda, o Sr. Joaquim Machado da Silva, sua esposa D. Rosalina Gomes da Silva e seu filho adotivo Cornélio Rodrigues dos Santos, recebiam um grupo de missionários católicos liderado pelo padre Manoel Maria, do município de Monte Alegre da Bahia, para celebrar uma missa na fazenda, onde e quando foi improvisada uma pequena capela para realização do evento. Daí, o´primeiro nome "Capelinha de Joaquim Machado" ,
O sr. Joaquim Machado já foi vaqueiro em muitas fazendas e um dia no exercício da profissão, um galho de árvore provocou uma lesão num dos seus olhos. Mas enquanto seus amigos aconselhavam pra deixar a profissão de vaqueiro, ele dizia : -"Não deixo, pois um dia eu vou ter minha própria fazenda e vai ser meu desabafo". E um dia ele realizou o que sonhou e projetou, a "Fazenda Desabafo" de Joaquim Machado, que algum tempo depois mudou o nome para Fazenda Alto Alegre.
O Pe. Manoel Maria tornou-se muito amigo do Sr. Joaquim Machado e D. Rosalina, de forma que veio em outras oportunidades rezar missa na capelinha. A Fazenda Desabafo era privilegiada por terras muito férteis, fazendo parte da Bacia do Jacuipe, e agraciada pela localização de sua séde no alto de uma pequena colina com vista panorâmica de onde se tinha uma visão muito ampla de outras fazendas ao poente, e tendo ao sul a visão de um monte bem próximo. Numa dessas oportunidades, aquele padre, admirado com a paisagem a vista panoramica e principalmente o monte ao sul, ele disse: Isso aqui poderia se chamar Monte Alegre, mas já tem a cidade, então digamos “um alto alegre”... E assim Joaquim Machado abriu mão do nome Desabafo e mudou para FAZENDA ALTO ALEGRE. As pessoas diziam: “Hoje vai ter reunião lá na capela do Alto Alegre (capela da Faz. Alto Alegre). E assim ficou CAPELA DO ALTO ALEGRE.
Os encontros religiosos foram se tornando a cada dia mais frequentes, de forma que pessoas começaram a construir casas nas proximidades da capela, formando assim um pequeno povoado, Os primeiros moradores, além de Joaquim Machado e Rosalina Gomes, foram Saturnino Oliveira, Firmino Gomes, Cornélio Rodrigues, Manoel Campos, Manoel Gonçalves e familiares dessas pessoas. Tal crescimento, motivou os moradores a buscarem uma forma de facilitar a compra de mantimentos, e assim surgiu, em 10 de Junho de 1915, a primeira feira livre da localidade. O Pe. Manoel Maria veio a falecer em 1927 em Monte Alegre da Bahia, hoje Mairi.
O povoado de Capela do Alto Alegre passou a ter vínculo comercial com as cidades de Ipirá, Mairi, Riachão do Jacuípe e outras, através de estradas boiadeiras por onde se transportavam bovinos, caprinos, ovinos e suínos.
O Sr.Cornélio Rodrigues, viajava com tropa de burros de carga, e devido a essa condição de transporte ele teve a ideia de estabelecer um ponto de venda de produtos básicos no povoado, uma mercearia que por longo tempo ficou conhecida como "A Venda de Cornélio". E depois vieram outras mercearias: Antonio Rodrigues, Genário, Sr. Pereira, D.Davina de Amado, Alvaro Pedreira Sampaio conhecido como Sr. Zavinho, livraria de Zezinho Calazans, loja de tecidos de Manoel Gonçalves, outra de D. Rosita de Edgar, Zé de Zuza , Antonio de Sérgio, etc.
A vocação religiosa foi o principal fator do crescimento populacional. Inicialmente as festas religiosas tinham São Roque como padroeiro, mas por volta de 1922, o Sr. Cornélio Rodrigues trouxe da cidade de Mundo Novo, uma imagem de Santo Antonio, de forma que os dois santos vieram a ser cultuados no povoado.
Inicialmente, as pessoas falecidas eram enterradas no fundo da capelinha, mas devido às reformas até transformá-la numa igreja em 1947, tiveram que construir o cemitério, na saída para o povoado de Marmelada (hoje Ipiraí). Aconstrução da igreja se deu por iniciativa dos srs. Pedro Carneiro, João Carneiro e Manoel Geraldo Carneiro, e em 13 de Junho de 1956 foi instituída a tradicional Festa de Santo Antonio, a ser realizada anualmente e sempre organizada por uma casal escolhido pelos moradores. O primeiro a organizar dessa festa foi o Sr. Donato Alves, que era alfaiate, e muito querido por todos. O sino da igreja foi trazido também pelo tropeiro Cornélio Rodrigues dos Santos, possivelmente em 1922 junto com a imagem de S.Antonio.
Uma cidade cuja vista panorâmica deu origem ao nome 'Alto Alegre" |
Bairro com vista panorâmica de fazendas ao poente |
Em 1954 foi construído o primeiro prédio escolar público: Escola Santo Antonio, mas já haviam outras escolas, inclusive com apoio do Sr. Lindolfo João Carneiro. A primeira professora em Capela do Alto Alegre, talvez tenha sido de nome Edite Campos, possivelmente nos anos 30. .
Nos anos 60 ensinaram nessa escola duas professoras que foram muito queridas; Antonia Santana e depois Amelita Mota Silva. Outras professoras também lembradas: Lindaura Costa (Didiu), Eulália (mãe de Didiu), Bete de João de Zeferino, e outras. Na zona rural havia um cidadão que se predispunha voluntariosamente a alfabetizar pessoas adultas. Chamava-se José Nazaré e entre alguns alunos ainda vivos hoje podemos citar Donato de Tiburcinho, Altamira de Romão vaqueiro, Adélia de Dôzinho, Lindaura de Arnaldo Rosa, os irmãos Camerino e José Inácio, Izabel Fernandes, etc. Mas o senhor José não quis prosseguir nessa ideia de professor e se firmou mesmo como escrivão do cartório que compreendia Gavião, Vila de Fátima e Capela.
PERSONAGENS DA HISTÓRIA DE CAPELA
D.ROSALINA GOMES - PERSONALIDADE FORTE E MUITO RELIGIOSA
FOTO freewebsite |
Com D.Rosalina moravam ainda o seu irmão Pedro Gomes e seu sobrinho João Paulo, este portador de deficiência mental.
Vizinho ao casarão de D.Rosalina,
havia a casa do sr. Filozino e uma loja de tecidos do sr. José de Zuza, mas por
trás dessas casas havia uma cerca separando um grande quintal pertencente
ao casarão e que dispunha de muitas plantas e árvores frutíferas, como
mangueira, jaqueira e até uma cajazeira, que fazia concorrência a outra
cajazeira que havia na praça. Cajá era sua fruta preferida.
Dois fatos históricos que vêm refletir a personalidade forte e dominante de D. Rosalina Gomes: Em frente ao casarão havia um tamarineiro, porém tornou-se um atrativo para crianças jogarem pedras na tentativa de derrubar os tamarindos e algumas dessas pedras acabavam caindo sobre o telhado do casarão, até que um dia ela se aborreceu e arrancou o tamarineiro. O segundo fato é que havia na praça uma cajazeira, próxima da carnaúba,
e desde quando foi iniciada a feira livre em Capela os comerciantes de carne começaram a dependurar as porções, às vezes até carneiros inteiros, nos galhos da cajazeira e D. Rosalina, contrariada, mandou derrubar também essa árvore.
Dois fatos históricos que vêm refletir a personalidade forte e dominante de D. Rosalina Gomes: Em frente ao casarão havia um tamarineiro, porém tornou-se um atrativo para crianças jogarem pedras na tentativa de derrubar os tamarindos e algumas dessas pedras acabavam caindo sobre o telhado do casarão, até que um dia ela se aborreceu e arrancou o tamarineiro. O segundo fato é que havia na praça uma cajazeira, próxima da carnaúba,
e desde quando foi iniciada a feira livre em Capela os comerciantes de carne começaram a dependurar as porções, às vezes até carneiros inteiros, nos galhos da cajazeira e D. Rosalina, contrariada, mandou derrubar também essa árvore.
Tempos depois, quando já haviam muitas casas na praça, foi construído no lugar onde ficava essa cajazeira, um abrigo, onde se vendiam almoço, café, bolos, refrigerantes, cigarros, e que ficou por muito tempo conhecido como o "Abrigo de Nina". Os refrigerantes da época de D. Nina (anos 50, 60), eram Crush, Grapette, Laranja Turva, Guaraná Fratelli Vita, etc. e os cigarros eram Gaivota, Arizona, Astoria, Continental e os mais ousados fumavam Hollywood.
Como foi dito, o João Paulo, sobrinho da D.Rosalina, era portador de deficiência mental, e vale aqui registrar todos os fatos históricos, devido a importância da História como Ciências Humanas, pois é através do passado que o ser humano tira lições para construir o presente e o futuro. Naquela época, as pessoas mais jovens do povoado, descendentes diretos da primeira geração de Capela, tinham um hábito de insultar pessoas e botar apelidos pejorativos. O pobre João Paulo, que não fazia mal a ninguém, era alvo desses apelidos e zombarias, o que fazia D.Rosalina sair do casarão, virada numa onça, esbravejando, xingando e lançando palavras de maldição sobre aquela gente que insultava seu sobrinho deficiente e depois se escondia atrás da carnaúba. Com um chicote à mão ela dizia: "Eu tenho fé em Deus que enquanto essa carnaúba existir nessa praça haverá de nascer um doido em cada família dessa Capela". Nos dias de hoje não existe mais zombarias, até porque já existem leis contra esse comportamento.
E para reforçar mais ainda o entendimento do leitor sobre essa intriga de D. Rosalina com os evangélicos , quero escrever o seguinte;
A Igreja Católica, por muito tempo, proibiu a leitura bíblica ao cidadão comum, reservando esse direito apenas ao papa, bispos e padres, temendo que o conhecimento da verdade levasse o povo a abandonar os costumes e rituais católicos, que foram criados pelo império romano e instituídos legalmente, porque vinha crescendo assustadoramente o verdadeiro cristianismo, ensinamentos deixados por Jesus Cristo e seguidos pelos apóstolos, e isso representava uma ameaça ao regime de governo romano, imperialista, autoritário, dominador do mundo na época. Depois de muito tempo de perseguições, tortura, morte, e inclusive "verdadeiras coivaras de fogo" de bíblias que eram apreendidas e queimadas em praça pública, foi que um padre chamado Martin Lutero protestou contra tudo isso e mais outros costumes e dogmas da Igreja Católica de Roma, surgindo assim, o Protestantismo. O nome "protestante" é justamente por isso: um padre católico que protestou contra as coisas erradas do Catolicismo. O Pe. Lutero elaborou e apresentou um documento contendo 95 teses.
Mas, esse
é um assunto muito longo e eu teria que criar um outro blog. Falei
apenas "en passant" para o leitor entender o porque dessa rivalidade
entre católicos e protestantes, e também aqui em nosso contexto, não construir uma imagem errada da pessoa de
D. Rosalina Gomes, que era uma mulher guerreira, determinada, porém amável,
carinhosa, uma leoa defensora de sua família e assuntos ligados à Capela.
D. Rosalina era uma pessoa muito generosa, além de Pedro e João Paulo, que moravam com ela, tiveram também muitos filhos adotivos, dentre eles Miguel Mendes de Queiroz, que foi um dos primeiros donos de ônibus a fazer linha para Nova Fátima, Riachão do Jacuípe e Feira de Santana. (O primeiro foi o sr. Lindolfo João Carneiro).
D. Rosalina era uma pessoa muito generosa, além de Pedro e João Paulo, que moravam com ela, tiveram também muitos filhos adotivos, dentre eles Miguel Mendes de Queiroz, que foi um dos primeiros donos de ônibus a fazer linha para Nova Fátima, Riachão do Jacuípe e Feira de Santana. (O primeiro foi o sr. Lindolfo João Carneiro).
CORNÉLIO RODRIGUES DOS SANTOS
Cornélio Rodrigues dos Santos (1895-1982), era filho adotivo do Sr.Joaquim Machado e D. Rosalina Gomes, e desde os 18 anos dedicou-se a viajar com tropa de burros, transportando mercadorias.
Em 1918 casou-se com Petronília Vitalina dos Santos e continuou como tropeiro, mas dessa experiência lidando com mercadorias, veio-lhe a ideia de montar uma pequena mercearia, visto que o povoado crescia e inclusive já existia uma feira livre. Foi então que ele instalou sua mercearia e passou a morar na fazenda Santo Antonio, de sua propriedade, que ficava onde hoje é o Bairro Alto Alegre
A mercearia cresceu e permaneceu por muitas décadas famosa e conhecida como a "Venda de Cornélio".
Mercearia antiga (imagem ilustrativa) |
Cornélio manejava sua tropa de burros por estradas boiadeiras cortando municípios, povoados e vilarejos , como exemplo: Ipirá, Mairi, Povoado de Aroeira, São José, etc. mas à proporção que crescia o povoado de Capelinha de Joaquim Machado, ele expandia suas viagens, chegando até Riachão do Jacuípe, Feira de Santana, São Gonçalo dos Campos, e indo para o sertão até a cidade de Mundo Novo. Foi numa dessas viagens à Mundo Novo, no início dos anos 20 (possivelmente 1922), que ele trouxe a imagem de Santo Antonio e um sino para a capela que havia sido reformada , ganhando aspecto de igreja.
Naquela época já havia uma tradição de festejar São Roque, que era o santo de devoção do sr. Cornélio, porém no povoado passou-se a festejar também o Santo Antonio, que aos poucos foi ganhando a preferência, passando a padroeiro de Capela do Alto Alegre.
A venda do Sr. Cornélio foi o primeiro estabelecimento comercial de Capela do Alto Alegre, e ele ficou na história entre o primeiros patriarcas da população capelense .
Cornélio Rodrigues dos Santos teve 12 filhos (6 homens e 6 mulheres): Eleotério, Antonio (1), Nair, Ercilina, Elizabeth, Terezinha, Lourival, Edésia, Maria, Edgar, Adalberto e Antonio (outro com o mesmo nome).
DEPOIMENTO de Elizabeth, filha do Sr. Cornélio:
-" Após o casamento, Sr. Cornélio continuou com sua atividade de tropeiro. Com a chegada dos filhos, ele abriu seu próprio negócio, uma venda de secos e molhados. Muito virtuoso que era, fez questão de que todos os filhos estudassem. Homem de conduta ilibada e de moral elevada, foi respeitado por toda a comunidade, tornando-se um grande conselheiro e chegou a exercer a função de delegado. Foi o maior incentivador e promotor como devoto da festa de São Roque, considerando padroeiro, e que posteriormente passou a ser Santo Antonio. Era sambador de primeira linha. Trabalhava muito na roça no cultivo de fumo, mamona, milho, feijão, e mandioca. Foi um homem determinado e pai de família exemplar. A maior herança que legou aos filhos e à sociedade capelense, foi a de um homem trabalhador, honesto e honrado".
(Elizabeth era casada com o Sr. Jovenílio (Jovem), irmão de Zé Branco, ambos também personagens históricos de Capela do Alto Alegre).
JOSÉ FERREIRA DE CARVALHO
(O homem dos sete instrumentos)
(texto de sua filha Stella Rodrigues dos Santos)
A história de uma cidade confunde-se com a história dos homens que a construíram. José Ferreira de Carvalho (1892-1963) é um dos homens que, de maneira marcante, ajudou a tecer os fios da memória desse jovem município de Capela do Alto Alegre, desde as suas primeiras edificações.
Nasceu em 1892 no povoado de Chapada, município de Riachão do Jacuípe, e por volta do final dos anos 30, certamente movido pela busca de trabalho, encontrou aqui as condições favoráveis para edificar a sua vida e concomitantemente a vida da comunidade.
Casa-se com Maria Rodrigues dos Santos, gerando sete filhos: Clovis, Enoque, Stella, Elena, Carlos, Diograce e Valdelan. Integra também à família Osita Gomes da Silva, filha de criação, que antecede ao mais velho, Clovis.
O que primeiro chama a atenção é a capacidade de agregar pessoas, de matizes de pensamento e de ofícios muito diferentes, tornando-os cúmplices na tarefa de erguer ali as bases materiais e simbólicas da comunidade. Isto já demonstrava sua habilidade e capacidade de liderança.
Para que se tenha uma ideia da plasticidade do seu pensamento, basta rememorar alguns dos seus feitos.
Do ofício de marceneiro deixou gravado na igreja matriz o altar-mor para abrigar Santo Antonio; o coro, para que os cânticos das missas celebradas anualmente ecoassem e transcendessem às agruras da vida terrena; os bancos de encostos arredondados, para que os corpos encontrassem o conforto necessário à atitude de prece. Nos lares, difícil não encontrar uma obra cunhada pelas mãos do artesão José Ferreira; do guarda-roupa, à cama, ao cabide, ao berço, às cristaleiras, desenhadas em detalhes que iam do estilo rococó ao clássico.
Do ofício de ferreiro, como um mágico, fazia dobrar o ferro quente para desenhar as belas molduras nos artefatos de monaria.
Pela via da relojoaria, deixava contentes os que descobriram o seu dote de fazer funcionar os relógios, que teimavam em parar o tempo.
E as terras, quem as media? Lá ia o agrimensor José Ferreira, munido dos aparelhos necessários ao ofício, a percorrer légua e léguas, para calcular, delinear e representar no desenho as terras e seus respectivos proprietários.
Essa sua versatilidade foi decisiva no momento em que, pela primeira vez, a luz elétrica iluminou os céus de Capela . Os postes erguidos, os fios estendidos, o motor silenciado. Quem haveria de fazer aquela geringonça funcionar? O "homem dos sete instrumentos" não vacilou: rodou a maçaneta por uns dois minutos, o ronco do motor estrondou e as luzes se acenderam ; palmas, gritos, e brilhou nos olhos de uma gente que, até então, só conhecia o clarão da lua a indicar o caminho de casa nas noites de tenebrosa escuridão.
Quanto à vida pública, não se furtou em contribuir efetivamente na condução da política local, seja ocupando cargos públicos - como a de vereador em 1950 pela UDN, e o de delegado - seja na liderança dos debates políticos, quando era preciso tomar decisões coletivas em torno de candidatos que viessem a defender os interesses de Capela.
Sempre circunspecto, sua vida foi assim, um misto de silêncio, mistério e ação, porque símbolo do homem dos sete instrumentos .
ANTONIO DIONÍSIO DE OLIVEIRA
UMA HISTÓRIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Para iniciar a escrever sobre Antonio Dionísio de Oliveira, quero aqui
copiar uma frase da sra. Stella, filha do Sr. José Ferreira, que foi outro
cidadão da história antiga de Capela do Alto Alegre. Escreveu ela:
-"A história de uma cidade confunde-se com a história dos homens que a
construíram". Uma colocação fantástica, muito verdadeira. Os registros
da história de progresso pessoal do Sr. Antonio Oliveira são paralelos aos
registros da história do desenvolvimento econômico de Capela dos anos 40, 50 e
60, de certo que sem ele, a história de Capela do Alto Alegre não seria a mesma
.
Antonio Dionísio de Oliveira, nasceu na Fazenda Pedra Bonita, em 19/04/1914, filho do Sr. Saturnino José de Oliveira e D. Josefa Maria de Oliveira.
A fundação de Capela, data de 17 de Abril de 1912, mas o povoado crescia rapidamente, de forma que já em 1915 passou a ter sua própria feira livre, atendendo não apenas aos moradores do povoado, mas também as pessoas das fazendas, que vinham comprar alimentos e também negociar animais, como equídeos, ovinos, caprinos e galináceos.
Algumas dessas pessoas, mesmo morando nas fazendas, construíam casas também no povoado, às quais chamavam de "casa de rancharia", ou seja, serviam de ponto de apoio aos familiares no dia de feira. Por isso, entre os primeiros moradores do povoado de Capelinha de Joaquim Machado, estava o senhor Saturnino, e assim, dividindo entre a fazenda e o povoado, habitou e formou o "habitat" do pequeno Antonio Oliveira (conhecido como Antonio de Saturnino, ou no linguajar rural "Antonio de Saturnio"). Assim cresceu com saúde, inteligência e sabedoria, tomando gosto pelo relacionamento humano, tornando-se um dia comerciante.
Inicialmente, o jovem Antonio Oliveira aprendeu a negociar com cereais, comprava, vendia e transportava em sua própria tropa de burros.
Casou-se com Adelina Fernandes, que vindo a falecer casou-se com sua cunhada Adélia Fernandes de Araújo Oliveira, chamada por todos de "D.Delinha".
Antonio Dionísio de Oliveira, nasceu na Fazenda Pedra Bonita, em 19/04/1914, filho do Sr. Saturnino José de Oliveira e D. Josefa Maria de Oliveira.
A fundação de Capela, data de 17 de Abril de 1912, mas o povoado crescia rapidamente, de forma que já em 1915 passou a ter sua própria feira livre, atendendo não apenas aos moradores do povoado, mas também as pessoas das fazendas, que vinham comprar alimentos e também negociar animais, como equídeos, ovinos, caprinos e galináceos.
Algumas dessas pessoas, mesmo morando nas fazendas, construíam casas também no povoado, às quais chamavam de "casa de rancharia", ou seja, serviam de ponto de apoio aos familiares no dia de feira. Por isso, entre os primeiros moradores do povoado de Capelinha de Joaquim Machado, estava o senhor Saturnino, e assim, dividindo entre a fazenda e o povoado, habitou e formou o "habitat" do pequeno Antonio Oliveira (conhecido como Antonio de Saturnino, ou no linguajar rural "Antonio de Saturnio"). Assim cresceu com saúde, inteligência e sabedoria, tomando gosto pelo relacionamento humano, tornando-se um dia comerciante.
Inicialmente, o jovem Antonio Oliveira aprendeu a negociar com cereais, comprava, vendia e transportava em sua própria tropa de burros.
Casou-se com Adelina Fernandes, que vindo a falecer casou-se com sua cunhada Adélia Fernandes de Araújo Oliveira, chamada por todos de "D.Delinha".
Em meados dos anos 30 já
existia a religião Protestante em Capela, vindo o Sr. Antonio Oliveira a
converter-se ao Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo, de forma que criou seus
filhos sob os padrões e costumes cristãos. Foram eles: Antonia, Nelson,
Maria de Lourdes, Valfredo, Elza, Milton, Paulo César e Noraney.
O Sr. Antonio Oliveira sempre foi muito laborioso, empreendedor, desenvolvendo atividades em várias áreas. De tropeiro a negociante de cereais, tornou-se o maior produtor rural e destacou-se também na pecuária. Abriu um armazém para comprar e vender cereais, e abriu uma loja de tecidos para a esposa administrar, cujo estabelecimento ficou conhecido como "a Loja de D.Delinha".
Antonio Dionísio de Oliveira era um homem simples, porém talentoso, um visionário, um homem de tal versatilidade nos negócios que se transformou num operador financeiro, ou seja, ele tomava dinheiro a juro na mão de agricultores e comerciantes e investia em negócios, gerando lucro, emprego e desenvolvimento econômico, uma espécie de banqueiro particular da época. Inteligente e bem sucedido, em tudo que ele botava as mãos prosperava, de forma que a cada dia expandia suas atividades e negócios, comprava fazenda na região e em outros municípios como Ipirá, Rui Barbosa, Itaberaba, etc.
A diversidade de seus negócios, promovia emprego no campo e no povoado, tinha vaqueiros e funcionários nas cidades onde tinha negócios (armazéns de cereais), porém o aspecto mais marcante e positivo de sua vida foi sua conduta familiar e cristã e a honestidade com que geria seus negócios. Isso lhe garantiu respeito, credibilidade e a admiração de todos. O Sr. Antonio Dionísio de Oliveira figura entre os mais ilustres filhos de Capela do Alto Alegre.
Foi essa sua linha de conduta familiar e seriedade nos negócios que lhe proporcionou exercer grande influência política na região, inclusive foi ele quem introduziu o Sr. Lindolfo Carneiro na politica local. O enorme prestígio político lhe concedia o privilégio de receber em sua casa políticos de projeção nacional como Vasco Filho, Manoel Novais, Lomanto Junior (e se não me falha a memória um político chamado Mario Nou).
Seu relacionamento e prestígio político desde os anos 50 atraiu recursos direcionados à região, como construção de um açude, escolas públicas como a Escola Santo Antonio e professores que jamais saíram da memória do povo, como Profa. Antonia Santana, entre outras.
Um político conservador de direita por excelência, defensor dos princípios éticos e morais, tinha apoio político do Dr. Manoel Mascarenhas em Riachão do Jacuípe, filiado à ARENA (Aliança Renovadora Nacional) o partido de apoio ao regime militar e foi um dos primeiros vereadores de Riachão do Jacuípe (anos 60), representando o povoado de Capela do Alto Alegre e incentivou o conterrâneo Lindolfo João Carneiro que se elegeu também vereador em 1976 em Riachão do Jacuípe.
(Mesmo em regime militar, haviam eleições diretas, reservando as indiretas para questões de segurança nacional contra uma possível ameaça comunista, ou sejam eleições à presidente, governadores de estados, prefeitos de capitais e cidades de área de segurança nacional, como por exemplo estâncias hidrominerais, zona de petróleo, coisas assim.
Muito justo, imparcial e sábio, o cidadão Antonio Oliveira sempre se portou como um verdadeiro homem público, a religião protestante não interferia nos seus deveres sociais e políticos, de forma que ele não apenas patrocinava como também participava das festas tradicionais da região. Um homem do povo por excelência. Faleceu em 1981 com apenas 67 anos de idade, não alcançando a emancipação política do município de Capela do Alto Alegre, quando certamente poderia ter sido o primeiro prefeito, mas a sociedade capelense cumpriu seu dever de reconhecimento, honrando sua memória com o nome de logradouro na cidade: a Praça Antonio Dionísio de Oliveira, em frente à sua antiga residência.
O segundo prefeito de Capela do Alto Alegre foi o Sr. Osvaldo Fernandes de Araújo, que era irmão de D.Delinha, esposa do Sr. Antonio Oliveira.
O Sr. Antonio Oliveira sempre foi muito laborioso, empreendedor, desenvolvendo atividades em várias áreas. De tropeiro a negociante de cereais, tornou-se o maior produtor rural e destacou-se também na pecuária. Abriu um armazém para comprar e vender cereais, e abriu uma loja de tecidos para a esposa administrar, cujo estabelecimento ficou conhecido como "a Loja de D.Delinha".
Antonio Dionísio de Oliveira era um homem simples, porém talentoso, um visionário, um homem de tal versatilidade nos negócios que se transformou num operador financeiro, ou seja, ele tomava dinheiro a juro na mão de agricultores e comerciantes e investia em negócios, gerando lucro, emprego e desenvolvimento econômico, uma espécie de banqueiro particular da época. Inteligente e bem sucedido, em tudo que ele botava as mãos prosperava, de forma que a cada dia expandia suas atividades e negócios, comprava fazenda na região e em outros municípios como Ipirá, Rui Barbosa, Itaberaba, etc.
A diversidade de seus negócios, promovia emprego no campo e no povoado, tinha vaqueiros e funcionários nas cidades onde tinha negócios (armazéns de cereais), porém o aspecto mais marcante e positivo de sua vida foi sua conduta familiar e cristã e a honestidade com que geria seus negócios. Isso lhe garantiu respeito, credibilidade e a admiração de todos. O Sr. Antonio Dionísio de Oliveira figura entre os mais ilustres filhos de Capela do Alto Alegre.
Foi essa sua linha de conduta familiar e seriedade nos negócios que lhe proporcionou exercer grande influência política na região, inclusive foi ele quem introduziu o Sr. Lindolfo Carneiro na politica local. O enorme prestígio político lhe concedia o privilégio de receber em sua casa políticos de projeção nacional como Vasco Filho, Manoel Novais, Lomanto Junior (e se não me falha a memória um político chamado Mario Nou).
Seu relacionamento e prestígio político desde os anos 50 atraiu recursos direcionados à região, como construção de um açude, escolas públicas como a Escola Santo Antonio e professores que jamais saíram da memória do povo, como Profa. Antonia Santana, entre outras.
Um político conservador de direita por excelência, defensor dos princípios éticos e morais, tinha apoio político do Dr. Manoel Mascarenhas em Riachão do Jacuípe, filiado à ARENA (Aliança Renovadora Nacional) o partido de apoio ao regime militar e foi um dos primeiros vereadores de Riachão do Jacuípe (anos 60), representando o povoado de Capela do Alto Alegre e incentivou o conterrâneo Lindolfo João Carneiro que se elegeu também vereador em 1976 em Riachão do Jacuípe.
(Mesmo em regime militar, haviam eleições diretas, reservando as indiretas para questões de segurança nacional contra uma possível ameaça comunista, ou sejam eleições à presidente, governadores de estados, prefeitos de capitais e cidades de área de segurança nacional, como por exemplo estâncias hidrominerais, zona de petróleo, coisas assim.
Muito justo, imparcial e sábio, o cidadão Antonio Oliveira sempre se portou como um verdadeiro homem público, a religião protestante não interferia nos seus deveres sociais e políticos, de forma que ele não apenas patrocinava como também participava das festas tradicionais da região. Um homem do povo por excelência. Faleceu em 1981 com apenas 67 anos de idade, não alcançando a emancipação política do município de Capela do Alto Alegre, quando certamente poderia ter sido o primeiro prefeito, mas a sociedade capelense cumpriu seu dever de reconhecimento, honrando sua memória com o nome de logradouro na cidade: a Praça Antonio Dionísio de Oliveira, em frente à sua antiga residência.
O segundo prefeito de Capela do Alto Alegre foi o Sr. Osvaldo Fernandes de Araújo, que era irmão de D.Delinha, esposa do Sr. Antonio Oliveira.
GERSON GOMES DA SILVA
Gerson Gomes da Silva, ilustre capelense, filho de Isidro Gomes da Silva e Maria da Pureza Gomes, casado com sra. Zenaide Fernandes da Silva, foi personagem importante não apenas na história de Capela do Alto Alegre, como também na história dos evangélicos da localidade, foi sargento do Exercito, vereador em Feira de Santana por duas vezes e deputado pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia também por duas vezes.
Não vou citar seus projetos como deputado, mas vou citar dois projetos que considero de grande importância: Foi justamente da autoria do deputado Gerson Gomes o projeto de emancipação de Capela do Alto Alegre, apresentado em 1978, motivando plebiscito em 1984 e que foi juntado à lei conjunta: Lei 4.409 de 19/03/1985, que emancipou vários distritos desmembrados do município de Riachão do Jacuípe.
O outro projeto não posso deixar de citá-lo pois é de grande importância na área da saúde: Lei Gerson Gomes, que proibiu o uso do cigarro em ambientes como elevador, ônibus coletivo, restaurantes, etc.Quero ressaltar aqui a grande importância do evangélico na política. Se nosso país tivesse um grande número de evangélicos no governo, certamente nossas leis seriam mais justas.
LEIA AQUI SUA HISTORIA POR OUTRA FONTE:
https://ginasiosantanopolis.blogspot.com/2013/07/perfil-do-santanopolitano-gerson-gomes.html?fbclid=IwAR0mhexF1s5a61VCaRoniC6J4OW58jAcDYGCuNHL9fZ-GmSd8RuI6tnTAYs
LINDOLFO JOÃO CARNEIRO
UM HOMEM COM OBRAS DE PREFEITO SEM TER SIDO
Lindolfo João Carneiro, nasceu em 20/10/1924 no município hoje Candeal, mas na época pertencente ao município de Riachão do Jacuípe, e aos 20 anos de idade veio para Capela trabalhar na Fazenda Picada, que o seu pai, Sr. Manoel Geraldo, comprou e se mudou de Riachão do Jacuípe com a família.
Em 1947 seu pai ajudou na construção da igreja do povoado, que antes era apenas uma capela, de forma que o jovem Lindolfo, mais conhecido como Lindu, reafirmou cada vez mais sua fé católica.
Muito dedicado ao trabalho, o jovem Lindu, progrediu na fazenda do seu pai, casou-se em 1951 com a jovem Arlinda Francisca Carneiro, da Fazenda Jabuticaba, também município de Riachão do Jacuípe (hoje fica no município de Nova Fátima), ocasião em que adquiriu sua própria fazenda "Cabeça do Porco", assim chamada porque ele se dedicou à criação de suínos e beneficiamento de carne, cuja produção era comercializada em Feira de Santana.
Em 1960 veio morar definitivamente no povoado de Capela e em 1966 passou a explorar o ramo de transporte coletivo, fixando linha de Capela/Feira de Santana, Capela/Ipirá e Capela/Conceição do Coité.
Lindolfo Carneiro, sempre foi um perfeccionista, de forma que ele dirigia o seu próprio ônibus usando uniforme e boné de motorista de empresa, e para isso ele pediu permissão ao dono da empresa N.S de Lourdes, do qual era muito amigo. Por isso muitas pessoas até pensavam que ele era empregado da N.S de Lourdes, mas no entanto o ônibus era propriedade dele. Um homem cuidadoso e esmerado em tudo que fazia.
Ele sempre foi portador dessa postura conservadora em sua personalidade: honestidade, caráter, integridade, defensor da preservação dos costumes éticos e morais, e foi esse posicionamento que o levou para a política de direita, incentivado por Antonio Dionísio de Oliveira, líder político da região, vereador de Capela na Câmara Municipal de Riachão do Jacuípe, apoiado pelo Dr. Manoel Mascarenhas.
Em 1976 Lindolfo elegeu-se vereador em Riachão do Jacuípe, representando Capela, mas desde 1971 ele já manifestava e colocava em prática a sua vocação política, de forma que naquele ano levantara um grupo de amigos para ajudar a construir uma escola, que mais tarde viria a ser o Colégio Cenecista, hoje municipalizado com o nome de Colégio Manoel Geraldo Carneiro, nome em homenagem ao seu pai.
Exercendo esse espírito coletivista, em 1977, fundou, juntamente com amigos, o Clube Recreativo União Capelense.
Lindolfo João Carneiro teve ainda participação ativa na fundação do Hospital São Lucas, hoje controlado por uma Associação.
Durante três anos foi construtor e mantenedor de 15 escolas no município.
Empenhou-se de forma determinada em trazer uma agência bancária para Capela do Alto Alegre e conseguiu a agência do Banco do Brasil.
Espelhado em seu pai, sempre teve sua atenção voltada para a igreja, colaborando nas reformas e manutenção e inclusive construindo a Casa Paroquial.
A amizade política de Lindolfo com Antonio Dionísio de Oliveira é um grande exemplo de união e quebra de preconceito religioso em Capela do Alto Alegre, visto que Antonio era Protestante e Lindolfo fervorosamente Católico.
Essa é a história de um homem que realizou gestão de prefeito sem ter sido. Capela do Alto Alegre reconhece isso desse cidadão.
Religioso, formador de caráter, foi com certeza um dos patriarcas responsáveis pelas formação da sociedade capelense. Ainda vivo, aos 92 anos, é pai de 7 filhos: José (Zelinho), Jovita, Carmelita, Zózimo, Anaíta, Arlinda (Arlindinha, porque a mãe também se chama Arlinda), e Angela (a caçulinha).
JOVELINO ALVES MACIEL
Entre os homens ilustres que formaram a sociedade capelense não podemos esquecer o nome do Sr. Jovelino Alves Maciel, especialmente como exemplo superação, inteligência e prosperidade. Nasceu em 27/06/1925, em Retirolândia – BA., filho do Sr. Almerindo e D. Maria, ficou órfão de mãe ainda moço, não teve escolaridade, seu pai era caixeiro-viajante, decidiu então se mobilizar para construir algo na vida e começou a negociar com porcos.
As oportunidades foram surgindo, de forma que estimulado pelos resultados positivos, resolveu estender esse negócio em municípios vizinhos, comprando porco gordo e vendendo.
Foi numa dessas andanças que aos 20 anos de idade, chegou e gostou de Capela do Alto Alegre, onde conheceu o Sr. Hermilo Prado de Oliveira, apelidado de “Gringo”, que alugava bicicletas, era dono de farmácia e também criava porcos, com o qual veio a estreitar relações comerciais e estabelecer grande vínculo de amizade.
Em seguida, botou um bar em Capela e convidou seu irmão Valdemar (apelido Bobó) para tomar conta.
Faltava-lhe então um amor, e até já havia se simpatizado pela encantadora Adalgisa, filha do Sr. Hermilo, porém havia engravidado sua prima Olívia, em Retirolândia, com a qual se casou e a trouxe para Capela.
Com D. Olívia, ele teve cinco filhos: Carlos César, Antônio Carlos, Elicidalva, Celidalva e Cleidinalva.
Em 21/12/1951 ele se casou civilmente com D. Maria Adalgisa, de 21 anos de idade, filha do Sr. Hermilo Prado e conhecida de todos sob o apelido de D. Tico, com a qual teve dez filhos: Cristina, Solange, Angela, Juciara, Eliana, Jânio, Jailton, Jason, Luciana e Luciano. E teve também um filho com outra mulher, chamado Valdir Maciel..
Com o início da construção familiar aumentou a responsabilidade, e do sucesso dos seus negócios veio a necessidade de organização. o que levou a comprar um caminhão e convidou um motorista chamado Pedrinho para conduzi-lo e transportar carne suína para Salvador;
Assim prosseguiu o jovem Jovelino em sua bem sucedida trajetória, demonstrando responsabilidade, dinamismo e grande capacidade administrativa,
Sua visão empresarial despertou o interesse por negociar também com mamona e depois sisal, que eram dois produtos em grande ascensão na época, principalmente o sisal que ele passou a comprar e vender para uma empresa chamada Sisalana, em Salvador. Tempo depois comprou mais caminhões e empregou mais motoristas.
Expandindo seus negócios, ele construiu um depósito em Capela, para armazenar sisal, mamona e feijão. Depois comprou uma batedeira, chegando a empregar 40 funcionários em Capela e estendendo a compra de sisal até Cafarnaum, Ipirá e Capim Grosso.
Jovelino Maciel sempre foi inteligente, habilidoso, de tal forma que sua pouca escolaridade não lhe fazia nenhuma diferença nem mesmo para calcular seus negócios e seus lucros. Ele não usava lápis, até porque não sabia, mas quando alguém ainda estava armando a conta seu raciocínio elétrico já antecipava o resultado, e as pessoas ficavam admiradas.
Sua esposa, Maria Adalgisa do Prado Maciel (D. Tico), foi grande ajudadora, participante direta nos seus negócios, ajudava no desempenho e nas contas. Muito comunicativa e social elegeu-se vereadora em 1988 e 1992.
Jovelino Maciel fui um grande empregador, principalmente na cultura do sisal. Teve uma batedeira em Capela com 5 máquinas empregando 40 funcionários, outra em Ipirá com 5 máquinas, mais de 20 empregados, outra em Capim Grosso, mais de 20 funcionários, e em Cafarnaum na mesma proporção aproximada. Naquele tempo não havia bancos e o dinheiro era transportado em sacolas e por motivo de assalto ele resolveu fechar a batedeira de Cafarnaum.
Adquiriu também 4 caminhões, sítios e fazendas no município de Ipirá e Capela, deu estudo e casa para seus filhos, exemplo cristão (católico), tinha uma personalidade calma, serena, muito comedido e grande conselheiro, não apenas para sua família mas toda a sociedade. Era um pacificador, nato.
Sr. Jovelino não era apenas empreendedor, mas também muito generoso, gostava de fazer doações, dentre elas: parte do terreno para o Hospital, parte de terreno para posto médico na época de Capela município de Riachão, doou terreno para um clube social, que hoje é da igreja Católica (em frente à Câmara de Vereadores) e doou parte de terreno para o Colégio Joaquim Machado.
Em 1993 veio a adoecer gradativamente, comprou um sítio em Feira de Santana para morar mais perto de filhos, vindo a falecer em 2001.
Jovelino Alves Maciel é o que podemos dizer um exemplo de vida, superação, determinação, responsabilidade e caráter. Um espelho para gerações presentes e futuras.
MANOEL LUIZ DE OLIVEIRA
Muitos patriarcas formadores da sociedade e da história de Capela do Alto Alegre tiveram uma característica em comum: o exemplo de luta e superação, numa região sem desenvolvimento demográfico, comercial ou industrial e pouco assistida pelo poder público.
Um desses patriarcas, grandes heróis da história capelense, foi o Sr. Manoel Luiz de Oliveira. Filho de agricultores, nasceu 25/03/1914, na Fazenda Queimada Nova, onde viveu sua infância, adolescência e início da juventude.
Quando ele nasceu, a cidade de Capela do Alto Alegre que hoje existe era apenas uma capelinha no alto de uma fazenda com algumas casas em volta.
Não frequentou escola, mas foi alfabetizado por um professor que veio de Gavião e lhe ensinou a ler, escrever e fazer conta, escondido do seu pai, o Sr. José Luiz de Oliveira, porque preferia que seu filho tomasse gosto pela lida da roça. O Sr. Manoel costumava brincar, dizendo “Meu prédio escolar foi debaixo de um pé de icó” (rsrsss). Esta era uma característica de sua personalidade, muito bem humorado e cheio de poetizações, pois como sabemos icó é um arbusto e não dá sombra, mas podemos afirmar categoricamente que seu prédio escolar foi a sombra de umbuzeiros e cajazeiras da Fazenda Queimada Nova.
Aos 12 anos de idade ficou órfão de mãe, D Maria. e começou cedo a trabalhar por conta própria, inicialmente com agricultura e pecuária.
Aos 19 anos de idade casou-se com D. Marciana Baldoíno de Oliveira, em 17/07/1933, com a qual teve 13 filhos. A partir do casamento impulsionou seus negócios agrícolas não apenas com frutos da sua produção, mas agora também comprando e vendendo cereais que eram transportados inicialmente em burros de carga e depois em carros.
Com o crescimento do povoado, o seu pai construiu casa na praça e o Sr. Manoel Luiz também construiu em 1950, quando veio então morar, para impulsionar seus negócios e dar oportunidade de melhor locomoção para seus filhos estudarem. Foram eles: Serafina, nascida em 1934, Terezinha em 1936, Raulinda 1937, Narciso 1938, Nahim 1940, Luiz 1941, Maria 42, José Lucindo 43, Lindaura 46, Hildebrando 47, Davina 48, Sizernando 50 e Raimunda 51. Muitos dos seus filhos tornaram-se famosos caminhoneiros, ou prósperos comerciantes, e até professores, engenheiro, enfermeiro, etc., todos cidadãos honrados que brotaram vários ramos na árvore genealógica.
Seus irmãos: Marcelino, Margarida, João Luiz, Joana, Emília, Rosa e José (conhecido por José Pequeno) Por parte do segundo casamento do seu pai com D. Tereza, Maria de Jesus. foram estes seus irmãos: Cornélio, Mariazinha, Petronilia (Zozô), Antonia, Josefa, Ramila, José Domingos (Deu),José Luiz Filho (Miúdo )e Manoel.
O senhor Manoel Luiz de Oliveira, patriarca de uma geração numerosa, foi também um grande incentivador da educação no município, fazendo parte da fundação do Colégio Cenecista e trazendo professores.
Apesar da origem simples da zona rural, dedicada a agricultura e pecuária, era um homem de visão política, social e religiosa; zeloso pela família, deu estudo aos seus filhos e foi influenciador de gerações: filhos, genros, netos, bisnetos, trisnetos, e demais parentes e amigos, através de sua fé cristã. Foi um dos membros fundadores da igreja Presbiteriana do Brasil em Capela e durante toda sua vida foi fiel aos princípios de lealdade, caráter, boa vivência e servidão a Cristo.
Faleceu em 23/02/2011 em Capela do Alto Alegre, faltando apenas um mês para completar 97 anos de idade.
JOSÉ EMÍDIO DA CUNHA (Zezinho de Calazans)
Este é um registro histórico de vida do Sr.José Emídio da Cunha, ou Zezinho de Calazans, chamado assim porque era filho do Sr. José Calazans da Cunha e D. Dursulina Maria de Jesus, casal precursor do Evangelho no município de Capela do Alto Alegre.
Nascido em 17/02/1912, quando D. Rosalina Gomes fundou o povoado, ele tinha 2 meses de nascido, e veio a ser um dos cidadãos mais ilustres da região.
Seus irmãos: Claudionor, Manoel, Joana, Fidelcina, Maria e Antonio.
Zeznho de Calazans, passou sua infância na fazenda com seus pais, só frequentou quatro meses de escola e começou sua vida profissional como tropeiro, comprando e vendendo farinha.
Depois abriu comercio de mercearia, mas sua atividade econômica se desenvolveu mais fortemente no segmento de livraria e papelaria, visto que era a única no povoado, de forma que todo e qualquer suprimento escolar e artigos do gênero eram adquiridos somente na “Venda do Sr. Zezinho de Calazans”.
Foi um grande patriarca, formador da sociedade capelense, teve 17 filhos.
Casou-se em 1933 com D. Ana Evangelista de Novaes,, com a qual teve 10 filhos:Aliciria, Fidelice Elisabete , Enedite, Valter, Maria, Ciro, Ezequiel , Eudezia e Dinah. Mas ficando viúvo casou-se em 07/07/1956 com D. Edelvita Madalena da Cunha (antes Macedo), com a qual teve 7 filhos: Noádia, Noaci, Nezias, Nerias, Noésio, Neovânio e Noezeli.
Homem de caráter ilibado, zeloso em todos os aspectos da vida, esposo dedicado, paciente e amoroso com a família, foi grande influenciador de gerações com seu exemplo de vida cristã.
A exemplo dos seus pais, era homem temente a Deus, pregador do Evangelho por excelência, foi Evangelista, cuja atividade missionária, veio a formar grupos e criar pontos de pregação em várias comunidades de Capela, como Cajueiro, Birosca, Umbuzeiro, Conceição e Ipiraí, e foi por muitos anos Presbítero na Igreja Presbiteriana do Brasil em Capela do Alto Alegre
Juntamente com Pastor Josias Primo e outros cidadãos capelenses, participou da fundação e manutenção do Colégio Cenecista, do qual foi Diretor.
Naquela época, todo bom capelense que se prezasse tinha que investir numa terrinha, e com o Sr. Zezinho não foi diferente, adquiriu três propriedades nas fazendas Várzea do Mato, Laje Grande e Olhos Dágua.
Faleceu em 1994, deixando em nossa memória a marca dos seus honrados 82 anos de vida.
Emocionante depoimento da sua filha Maria Cunha:
“Meu pai, sempre foi um homem da lida, fosse no campo ou na cidade.
Ele iniciou no árduo trabalho da roça e foi tropeiro, levava produtos para Feira de Santana e de lá trazia outros, como bacalhau, carne de charque, tecidos, fumo de corda, etc. Negociava também em outros lugares, as vezes passava um mês inteiro viajando, dormindo em rede e se alimentando de farinha com rapadura e ovo.
Nascemos todos lá na fazenda e tenho doces recordações. Havia uma casa de farinha, trabalho muito pesado e penoso, mas eu gostava, era divertido, as filhas dos vizinhos vinham nos ajudar e nós aproveitávamos a noite para conversar e as vezes dormíamos todas na casa de farinha. Era uma folia para nós. Havia cavalos, burros, jumentos, andei muito neles.
Meu pai, além de muito trabalhador e inteligente era também doce, amável e servidor, quando D. Rosita ficou viúva do primeiro casamento, ele ia sempre aos sábados ajuda-la na loja de tecidos.
Na casa de farinha havia uma grande dorna de madeira que ia do chão ao teto, armazenando farinha para o ano todo, não podia faltar.
Havia também duas grandes dornas de zinco para armazenar milho e feijão até a próxima colheita. Ele dava ajuda a todo vizinho que precisasse, emprestava a casa de farinha para outras pessoas que quisessem produzir, vizinhos traziam vacas e ovelhas para beber dos nossos tanques e também levavam água para suas casas.. Meu pai era muito generoso e... lindo!
Quando mudamos de vez para Capela, meu pai abriu um comércio que vendia de tudo, desde o bacalhau a produtos diversos de mercearia e até artigos de livraria e papelaria, e esse segmento veio a se desenvolver muito, visto que em Capela não havia ".
Nota do escritor: Aqui, tomo a liberdade de abrir um parêntese: Tive vontade de chorar quando transcrevi seu depoimento.
AMADO LUIZ DA SILVA
Entre os personagens ilustres da história de Capela do Alto Alegre, ainda vivo, Amado Luiz da Silva, nascido no povoado em 15 de Janeiro de 1934, filho do agricultor José Luiz da Silva e D. Victalina Pereira da Silva, irmão de Adonias, Alípio e Basília.
O menino Amado, sempre foi muito dedicado, cresceu no povoado ajudando seu pai na agricultura e pecuária, e também na padaria, que ficava na praça principal, próxima de onde hoje é o Bradesco.
Seus estudos foram até os 17 anos, em Capela do Alto Alegre, com a Prof. Judite, cuja escola ficava na praça principal, vizinha à casa do sr. Manoelzinho do Tabuleiro.
No final dos anos 50 foi para São Paulo, trabalhou por conta própria, depois numa loja de tecidos, e quando voltou em 1958 juntou o que tinha ganho em São Paulo com a venda de um "gadinho" (palavras dele), e comprou terra, na Fazenda Riacho dos Perdidos (região do Cajueiro) onde fez um Parque de Vaquejada.
Em 1959 casou-se com a viúva Davina Cerqueira Mascarenhas, filha do sr. Durvalino Mascarenhas e D. Etelvna. D.Davina trouxe três filhas Rosanete, Rosilda e Rosita, que foram criadas e amadas como filhas do sr. Amado. Com D. Davina teve um casal de filhos: Amado Filho e Neuma.
Até hoje temos o privilégio da presença desse casal entre nós, são moradores da mesma casa na Praça Joaquim Machado, onde era inclusive um ponto comercial conhecido como a "Venda de D. Davina" que dispunha de itens de mercearia, aguardente, cerveja, refrigerante, cigarro, bombons, etc.
Em 1976 foi nomeado sub-delegado do povoado, cuja atuação foi marcante pela característica apaziguadora, levando os casos mais simples na base do aconselhamento e tolerância.
Tal posicionamento lhe trouxe simpatia e prestígio, e quando Capela foi emancipada (1985), elegeu-se vereador, lutando por vários benefícios para o município, como prédios escolares, aguadas na zona rural, ajuda na construção da Igreja de Baixa do Cedro, etc.
VIVALDO FERNANDES DE OLIVEIRA
Vivaldo Fernandes de Oliveira, nasceu em 10/09/1940 em Mairi, filho de Luiz Fernandes de Almeida, conhecido por Luiz da Lagoa, e Arlinda Fernandes de Oliveira, após o casamento civil: Arlinda Fernandes de Almeida. Antigamente era comum a cerimônia do casamento religioso e só depois de algum tempo a opção pela oficialização do casamento civil.
Em 1948 seu pai comprou a Fazenda Coração de Jesus nas proximidades do povoado de Capela do Alto Alegre e trouxe a família inteira, esposa e os filhos: Vivaldo, Antonio, Iraci, Edson e Natanael.
Vivaldo, principalmente por ser primogênito, cresceu ajudando seu pai na agricultura e pecuária, enquanto seu pai viajava para comprar gado ele era o responsável pelo leite, cuja aptidão apontou os caminhos de sua atividade ao longo de toda sua vida, como até hoje se ocupa, sem perder o entusiasmo aos seus 79 anos de idade (2019).
Estudou somente até o 4º ano em Capela do Alto Alegre e sua primeira professora foi D. Eulália Sapucaia Costa.
Aos 15 anos de idade, começou a negociar com leite por conta própria, incentivado por Antonio Dioníso de Oliveira que lhe apresentou à empresas de laticínios em Feira de Santana. Daí ele teve que comprar um caminhão e sendo ainda de menor contratou motoristas para conduzir, mas assim que completou 18 anos tirou carteira e comprou outro caminhão para ele mesmo transportar o leite.
Vivaldo Fernandes que começou trabalhar desde os 8 anos de idade, tirando leite para o seu pai, foi muito próspero e empregou muitas pessoas na região de Capela. O conhecido motorista Manoel Legal foi um dos seus funcionários do volante.
Comprou fazendas em Capela e Queimadas, empregando mais de 50 pessoas, e fundou a LACAA – Laticínios Capela do Alto Alegre empregando mais de 100 funcionários, cujo espaço hoje é arrendado à empresa Betania Leites.
Vivaldo Fernandes de Oliveira casou-se aos 31 anos de idade com D. Eneida de Oliveira Fernandes, filha do Sr. Paulo Oliveira e D.Maria. Teve quatro filhos: Adna, Alder, Alba e Aiane, todos estudaram e se formaram em Salvador.
Temperamento enérgico, por isso dinâmico e determinado, nunca se deixou dobrar pelas dificuldades, superando épocas de estiagem nas fazendas e prejuízos no leite, e nunca contraiu dívidas que não pudesse honrar ou viessem mesmo prejudicar os estudos dos seus filhos.
O seu convívio é motivo de honra e alegria para todos nós da sociedade capelense e esperamos esse privilégio por muitos anos.
(O primeiro cartório de Capela)
RUA ESCRIVÃO JOSÉ NAZARÉ
Havia no Distrito de Gavião, município de Riachão do Jacuípe, um cidadão chamado José Nazaré, nascido em 23/06/1917, na Fazenda Pedra BonIta (hoje município de Capela do Alto Alegre), que apesar de ser um homem muito simples, mas dotado de grande inteligência, muito esforçado, literariamente instruído, escrevia com português corretíssimo, e por incrível que pareça, um autodidata, aprendeu ler e escrever por conta própria.
No início encontrou uma professora chamada Edite, que apenas lhe alfabetizou, o que na época era chamado de “Cartilha” e lhe ensinou as quatro operações fundamentais: Adição, Subtração, Multiplicação e Divisão, mas nunca frequentou uma escola.
O menino José, filho de Antonio Nazaré e neto de Maria Sophia Nazareth, empenhou-se na leitura, adquiriu livros, desenvolveu sozinho seus conhecimentos e se qualificou, chegando a ser professor particular nas fazendas e escrivão do cartório de Gavião-BA, em sociedade com o Sr. Ezequiel Alexandre de Moura, titular daquele cartório.
O Distrito de Gavião era muito extenso, e possuía grandes povoados, como Vila de Fátima e Capela do Alto Alegre, de forma que era um tanto difícil um cartório atender a todos, até que o sr. Ezequiel Moura conheceu o Sr. José Nazaré, no Povoado de Capela, e ficou impressionado com sua inteligência e desenvoltura para escrever, redigir documentos, inclusive portador de conhecimentos jurídicos, e assim o convidou para ser sócio cabendo-lhe 40% de toda a renda do cartório Embora o Sr, Ezequiel Moura e o Sr. José Nazaré fossem sócios no cartório, o sr. Ezequiel apenas escrevia e assinava, mas o mentor intelectual do cartório era o sr, José Nazaré. Nos anos 50, 60 e 70, era ele quem preenchia as certidões de registros de nascimento e casamento, e redigia todas as escrituras de terreno, casa, ou fazenda de toda aquela região.que compreendia a sede do Distrito Gavião e os Povoados de Capela do Alto Alegre e Vila de Fátima (hoje Nova Fátima). Nisso um homem que nunca passou por nenhuma escola pública, aprendeu tudo sozinho e praticou.
O sr.José Nazaré fixou residência em Capela, pois casou-se com D. Elizete Almeida, originária da Fazenda Boa Sorte, com a qual teve um único filho Evaristo Almeida Nazareth. Ele era um intelectual, tinha uma estante enorme cheia de livros, como Constituição Federal do Brasil, O Poder Pátrio, Codigo Civil Brasileiro, Código Penal, vários Dicionários e Gramáticas da Lingua Portuguesa, várias Bíblias, e as paredes do cartório eram repletas de fotos de parentes e pessoas diversas de Gavião, Vila de Fátima e Capela. Um verdadeiro museu histórico em fotografia.
A dupla inseparável Ezequiel Moura e José Nazaré, davam expediente no sábado em Capela do Alto Alegre, no domingo em Vila de Fátima e segunda e terça-feira na sede do distrito Gavião, porém nos dias de quarta, quinta e sexta-feira ele fazia documentos particulares, como também realizava diligências em Riachão do Jacuípe incumbido de resolver assuntos ligados a cartório e forum. Era um homem honesto, metódico, perfeccionista, correto em tudo que fazia, discutia nos escritórios de advocacia com ousadia e admirável conhecimento. Era muiito querido pelo Dr. Eliel Martins, Dr. Manoel Mascarenhas, advogados, e pelo Dr. João Campos, médico e prefeito de Riachão.
Além dessas qualidades intelectuais e aptidões profissionais, o Escrivão José Nazaré era um homem muito caridoso, tinha prazer em servir, e exercia a profissão sem colocar o lucro em primeiro lugar, mas sim o serviço prestado. Algumas vezes chegava uma pessoa pobre para se registrar ou fazer outro documento qualquer, uma escritura de casa, terreno, etc,, e dizia: "ô Zé, eu não tenho o dinheiro todo". Ele perguntava: "Você tem quanto aí?" A pessoa dizia: "Tanto". e ele dizia: "Me dê esse mesmo".
Não haviam Correios em Capela e esse cidadão trazia da agência de Riachão do Jacuípe todas as correspondências destinadas ao Povoado de Capela e saía entregando uma a uma, de casa em casa, sem nenhuma remuneração por esse serviço.
Ele era uma pessoa de caráter servidor nato.
Ele era metódico, muito ligado a questões de segurança e andava com uma penca de chaves presa ao cinto. É que ele era separado da esposa, morava sozinho e tinha duas casas, então ele trancava todos os cômodos das casas e levava as chaves, dizendo ele que se alguém arrombasse para roubar, teria dificuldade de ter acesso a todos os cômodos. Ele guardava não apenas objetos valiosos em ouro e prata, como também muitos livros e inclusive documentos importantes de pessoas que lhe confiavam.
Assim era o cidadão JOSÉ CARNEIRO DE OLIVEIRA NAZARÉ, espécie rara, brotada dos Olhos Dágua da Pedra Bonita, não teve escola e aprendeu tudo sozinho, chegou a ser escrivão de cartório, transitava por foruns de Comarcas e discutia nos escritórios de advogados, mas nunca o orgulho subiu-lhe ao coração, jamais se envaideceu de se achar melhor do que ninguém, e nunca deixou seu jeito simples de ser, andava de alpercata de couro e alfabetizava pessoas na zona rural. Escrivão José Nazaré, a imagem simples de um verdadeiro homem de Deus.
Mas, apesar de ter feito parte integrante e até certo ponto relevante da hístória antiga dos municípios de Capela, Gavião e Nova Fátima, o ESCRIVÃO JOSÉ NAZARÉ como era conhecido, faleceu em 1998, sem nenhum reconhecimento público, pois era um homem muito simples, introvertido, não muito dado a festas e badalações, e por isso não foi digno de ser homenageado com nome de logradouro em nenhum desses municípios.
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A cidade, no alto de uma pequena colina que originou o belíssimo nome "Alto Alegre"
Que belo trabalho, precisamos disso mesmo, Deus te recompense
ResponderExcluirMuito bem Evaristo. Convido você e os capelenses a ler meu conto Miragem que fala de Capela do Alto Alegre.
ResponderExcluirhttp://deus-carmo-literatura.blogspot.com.br/2010/12/miragem.html
Olá, meu nome é Viviane Machado tive a oportunidade de ir a Capela em 1984 para conhecer minha vó que se chamava Maria Gomes Machado que tinha o apelido de Mariquinha...ela tinha um bar..gostaria de saber qual grau de parentesco que ela tinha com a Srª Rosalina e com o Srº Joaquim, ela faleceu em 1996 com 81 anos...você tem alguma informação?
ResponderExcluirOlá, meu nome é Viviane Machado tive a oportunidade de ir a Capela em 1984 para conhecer minha vó que se chamava Maria Gomes Machado que tinha o apelido de Mariquinha...ela tinha um bar..gostaria de saber qual grau de parentesco que ela tinha com a Srª Rosalina e com o Srº Joaquim, ela faleceu em 1996 com 81 anos...você tem alguma informação?
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ResponderExcluirQuero conhecer, parentes da minha mãe foram moradores no início da história.
ResponderExcluirOlá, meu Nome é Augusto Lago, sou de Salvador, conheci Capela do Alto Alegre, nós anos 80, através de meu Pai, Rosendo Lago, chegamos até Capela, por intermédio de Vivaldo Fernandes de Oliveira, uma Pessoa Fantástica!
ResponderExcluirConheço toda a sua Família, Dona Eneida e todos os seus Filhos.Chegamos a ter 2 Propriedades no Município, hoje lendo esse blog, me recordo de que quando eu conheci Capela, a Luz da cidade era de gerador e era desligada, às 22 hs.
Vivaldo sempre foi um Homen empreendedor e trabalhador, como poucos eu pude conhecer.Parabéns pelo blog, é um excelente Documento, que retrata o Município de Capela do Alto Alegre.
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ResponderExcluirA "outra mulher" com quem Jovelino teve seu PRIMEIRO filho, tem nome : Se chama MARIA LAURA,tendo esta se relacionado com Jovelino antes de Olivia e dessa outra aí.Isso tudo pode ser confirmado pela senhora Lomena Maciel, cunhada de Jovelino, e pelos moradores mais velhos de Retirolândia
ResponderExcluirMeu pai Antonio Gomes da Silva nascido em 1919 e fillho de Genesio e Emilia conserteza fizeram parte desta bela historia da criação e socialização de capela do alto alegre onde visitei esta cidade por volta do ando de 1979 com meus pais a casa de meus avós genesio e emilia que tinham sobrenomes " Gomes e Sobrinho em seus sobre nomes onde sou primo do ex prefeito Arismario Gomes, meu pai Antonio gomes da silva teve teve alguns irmãos mas só lembro de " Eliezer e Januario se não me engano" Gabriel Gomes da Silva - Santaluz Ba.
ResponderExcluiromes da Silva de Santaluz - Ba